Os chineses estão cada vez mais presentes na economia brasileira. Em 2018 foram confirmados mais de US$ 1,343 bilhão em investimentos em variadas áreas e anunciados aportes de cerca de US$ 200 milhões para os próximos meses, conforme levantamento do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Na comparação com o primeiro semestre de 2017, quando os investimentos somaram US$ 302,9 milhões, o valor dos projetos confirmados nos seis primeiros meses deste ano mais que quadruplicou.
No terceiro bimestre de 2018 foram anunciados mais três projetos no país nos setores elétrico e de saneamento. Já neste mês, em Minas Gerais, foi registrada a última aquisição dos chineses no país, justamente no setor elétrico. Há uma semana, foi concluída a aquisição da fábrica da Nansen pela Sanxing. O valor da venda da unidade, tradicional no mercado de medidores de energia, não foi divulgado, mas é mais uma grande prova da investida dos asiáticos.
Outro alvo dos chineses no Estado foi também no setor elétrico, a usina de São Simão, da Cemig, que foi adquirida pela State Power Investment Corporation (SPIC), em um leilão em setembro do ano passado por R$ 7,18 bilhões. A empresa ainda adquiriu a Pacific Hydro Brasil, que tem parque de geração eólico no Estado da Paraíba. O negócio foi finalizado em abril de 2017.
Também no ano passado, em junho, a Huawei, líder global em soluções de tecnologia da informação e comunicação (TIC) investiu US$ 1,3 milhão em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. O investimento foi no Centro de Desenvolvimento de Competência e Inovação, fruto de uma parceria com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).
Outro investimento feito em Minas foi do grupo siderúrgico Wuhan Iron and Steel Group Co. (Wisco) no valor de US$ 400 milhões. A chinesa tem participação na mineradora MMX. Entre 2003 e junho deste ano, os projetos chineses no país totalizaram 263, entre investimentos anunciados e confirmados, num total de US$ 125,4 bilhões, segundo dados do ministério.
Há também projetos multiestados, que incluem, por exemplo, a concessão da linha de transmissão da usina hidrelétrica Belo Monte, que passa por cinco Estados, sendo que Minas Gerais se destaca entre esses investimentos. Em janeiro, a companhia chinesa de transporte particular Didi Chuxing anunciou a compra do serviço brasileiro 99 Taxi, que atua em todo o território nacional. Os valores da transação não foram anunciados.
O ministério indica que, entre 2003 e 2018, 72 empreendimentos foram caracterizados como brownfield, totalizando US$ 48,01 bilhões, e que 30 projetos foram caracterizados como greenfield, com valores totais de US$ 5,95 bilhões.
São considerados empreendimentos greenfield os projetos em que o investidor aporta recursos na construção de novas estruturas necessárias à operação, ou seja, não se baseiam em ativos preexistentes. Já os projetos brownfield são os investimentos em empreendimentos preexistentes, ou em um projeto a ser desenvolvido ou atualizado que se baseará em um já existente.
Na divisão por Estados da Federação, São Paulo é o que concentra a maior parte dos projetos dos asiáticos, 29, até fevereiro deste ano. Em Minas Gerais, são quatro, considerando a Nansen e a usina que era da Cemig.
No ano passado, a China avançou em seus planos de aquisição na América Latina e destinou volume recorde de recursos para comprar empresas e ações, num total de US$ 17,5 bilhões.
São Paulo. O Ministério de Comércio da China (Mofcom, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (18) que vai tomar medidas adicionais para equilibrar as perdas causadas pelas ações comerciais norte-americanas com tarifas sobre aço e alumínio. As medidas a serem adotadas, de acordo com o ministério, “estão em conformidade com as regras multilaterais de comércio”.
O Mofcom alertou, ainda, que as ações adotadas pelos Estados Unidos são “um dano às regras multilaterais de comércio e prejudicam os direitos legítimos e os interesses dos membros da Organização Mundial de Comércio (OMC)”.
A China também se disse disposta a trabalhar com os membros relevantes “para salvaguardar o sistema de comércio multilateral”. Na segunda-feira, o ministério chinês entrou com uma reclamação na OMC em relação à lista de tarifas propostas por Washington sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.
Por Juliana Gontijo - OTempo
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