Na tentativa de combater as notícias falsas, o WhatsApp criou uma ferramenta que indica quando a mensagem não é de autoria do remetente. O recurso já está disponível para os usuários do app a partir desta terça-feira (10), mas é necessário fazer a atualização do aplicativo.
"O WhatsApp se importa profundamente com a sua segurança. Encorajamos você a pensar com cuidado antes de compartilhar mensagens encaminhadas. Lembre-se de que você pode bloquear ou denunciar um contato como spam em um simples toque", informou a empresa responsável pelo app. Em sua página na Internet, o WhatsApp disponibiliza informações sobre segurança.
No início do mês, o aplicativo de mensagens instantâneas anunciou a primeira grande iniciativa para combater as notícias falsas na plataforma. A empresa está oferecendo bolsas de estudo para pesquisadores que se dediquem a entender o fenômeno. O investimento se junta a outras pequenas iniciativas que o WhatsApp (que faz parte do Facebook desde 2014) vem adotando para tentar minimizar o problema, que tem se ampliado em países como Brasil e Índia - neste último, o aplicativo foi responsabilizado por uma onda de violência.
A princípio, a empresa vai oferecer 20 bolsas de estudo no valor de US$ 50 mil. Para obterem o valor, os especialistas deverão investigar qual o impacto que o compartilhamento de notícias falsas no WhatsApp tem na sociedade. A empresa vai priorizar estudos que abordem fatores como as motivações para pessoas considerarem um conteúdo confiável e o compartilharem no aplicativo e o uso do WhatsApp durante eleições.
Há também a preocupação em investigar formas de detectar comportamentos problemáticos no aplicativo, uma vez que todas as mensagens trocadas por seus mais de 1,5 bilhão de usuários no mundo - 120 milhões deles no Brasil - são criptografadas de ponta a ponta. Na prática, isso significa que elas são codificadas antes de sair do aparelho do remetente, passando pelos servidores do WhatsApp, até finalmente serem decodificadas no destinatário.
As inscrições para as bolsas serão recebidas até o dia 12 de agosto de 2018. As informações estão disponíveis no site do WhatsApp.
Linchamentos
Pelo menos 12 pessoas morreram na Índia, desde maio deste ano, em linchamentos públicos, após serem vítimas de notícias falsas disseminadas pelo aplicativo WhatsApp. Segundo o jornal Washington Post, que publicou reportagem recente sobre o tema, os mortos supostamente fariam parte de grupos de sequestradores de crianças e traficantes de órgãos - as informações divulgadas em forma de corrente pelo aplicativo, porém, não são confirmadas pelas autoridades locais.
Em junho, dois homens sofreram um ataque após pedirem informações na rua; no mês anterior, uma mulher foi agredida depois de distribuir doces para crianças.
A Índia é hoje o principal mercado do WhatsApp no mundo - lá ficam 200 milhões dos 1,5 bilhão de usuários do aplicativo de mensagens instantâneas.
* Com Estadão Conteúdo
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