Com o desemprego gerado pela recessão, aumentou o número de jovens que nem estudam nem trabalham, na comparação de 2017 com 2016. A parcela da população de 15 a 29 anos que não estava empregada nem estudava cresceu de 21,8% do total, em 2016, para 23,0%, no ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, (18). De um ano para o outro, houve um aumento de 5,9% nesse contingente, o que equivale a mais 619 mil pessoas nessa condição, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
"Tem uma questão de momento econômico", disse Marina Águas, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Só que o momento econômico ruim atinge homens e mulheres de forma diferente. Na análise segundo o sexo, 17,4% dos homens de 15 a 29 anos não estavam ocupados, nem estudando ou se qualificando, enquanto 28,7% das mulheres na mesma faixa etária estavam nessa condição.
Assim como em outros recortes da Pnad divulgados ano passado, os dados anunciados nesta sexta-feira mostram que os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos seguiam como um dos principais motivos para as mulheres não estudarem.
Considerando a população de 15 a 29 anos que não estuda nem havia concluído o ensino superior, os cuidados domésticos foram o segundo motivo mais citado pelas mulheres, com 24,2%, para estar nessa condição. O motivo mais citado pelas mulheres foi o fato de estar trabalhando ou procurando emprego, com 28,9%.
Entre os homens, o trabalho é o motivo mais citado, com 49,4%, enquanto a necessidade de se dedicar a afazeres domésticos ou cuidar de crianças e idosos aparece com apenas 0,7%.
Os dados corroboram um recorte da Pnad divulgada no fim do ano passado que mostrou que as mulheres trabalham quase o dobro de horas que os homens cuidando da casa ou de pessoas da família.
A média de horas dedicadas a essas tarefas no Brasil era de 16,7 horas por semana em 2016, mas as mulheres trabalhavam 20,9 horas semanais, contra apenas 11,1 horas para os homens.
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