Dois cursos de qualificação profissional para presos custeados pelo programa federal Pronatec vão garantir melhores condições para a educação e para o trabalho no Presídio Promotor José Costa, de Sete Lagoas, no Território Metropolitano. A primeira conquista será a inauguração ainda este ano das novas instalações da escola, que atualmente funciona de forma inadequada dentro do bloco de celas, dificultando a concentração dos presos nas aulas.
Além de remunerar o instrutor, o curso de alvenaria do Pronatec fornece materiais para as aulas práticas. Seriam suficientes, segundo a diretora de Atendimento do presídio, Daniela de Freitas Ubaldo, para um cômodo sem banheiro. Mas, com o uso eficiente, evitando desperdícios, sobrou material. A direção do presídio trabalhou e conseguiu doações de empresas locais. Resultado: foi possível construir duas salas, cada uma com seu banheiro e equipadas com os itens de segurança necessários numa unidade prisional, conta Daniela.
Há três anos no presídio, Nelson Gonzaga de Matos, de 47 anos de idade, foi um dos 15 alunos do curso. Antes de ser preso, foi trabalhador rural, ajudante de mecânico e de pedreiro, mas nunca passou por um curso de qualificação. Agora, já está no segundo, aprendendo técnicas de cultivo de hortaliças e legumes, também pelo Pronatec, junto com outros sete detentos. “Aprender nunca é demais. Já é difícil para um ex-presidiário conseguir trabalho, imagine sem qualificação”, observa Nelson.
Além do benefício direto para os presos, o curso está mudando a cara da horta do presídio, uma iniciativa, na base da boa vontade, de agentes penitenciários, sem maiores preocupações com qualidade e produtividade. Os presos estão aprendendo as melhores técnicas de produção de mudas, preparo dos canteiros e adubação orgânica por meio de compostagem, aproveitando biomassa gerada na capina de áreas do próprio presídio, cascas de legumes e de frutas. O Presídio Promotor José da Costa tem atualmente 53 presos trabalhando, sendo 7 fora da unidade.
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