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Três pontos determinam racha entre Perrella e atual presidente do Cruzeiro

O que Gilvan de Pinho propõe, de acordo com Perrella, é semelhante ao regime do América-MG – que conta com nove presidentes eleitos.

26/04/2016 às 11h06
Por: Redação Fonte: Da redação com/ Esporte Uol
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Zezé Perrella não descarta retorno ao Cruzeiro ao término de mandato como Senador da República
Zezé Perrella não descarta retorno ao Cruzeiro ao término de mandato como Senador da República

Os bastidores do Cruzeiro estão agitados. Não é apenas a troca de treinador – saída de Deivid – que faz com que o clube esteja em ebulição. A um ano e meio do fim do mandato, o presidente Gilvan de Pinho Tavares não tem paz e pode ganhar um concorrente à altura: o Senador da República Zezé Perrella.

O áudio em que o ex-mandatário do clube faz críticas ao trabalho de seu sucessor evidenciou o "racha" da dupla. Mas se engana quem pensa que a separação ocorreu somente devido à falta de apoio do dirigente ao parlamentar em um possível retorno à Toca da Raposa.

Obviamente a ausência de suporte de Gilvan – mesmo que implícita – desagradou o político mineiro. As divergências, porém, se estendem aos desejos do atual presidente, de acordo com o parlamentar. Zezé Perrella revela, ao UOL Esporte, que o atual mandatário do Cruzeiro pretende uma modificação estatutária no clube.

"Tenho o maior respeito ao doutor Gilvan, mas em nenhum momento ele disse explicitamente: "Não te apoio". Eu senti que não tenho apoio dele. Na verdade, ele disse: "Temos algumas outras opções dentro do clube que gostariam de ser, nós podemos mudar o estatuto e criar essa gestão compartilhada". Falei para ele que acho esse modelo um fracasso", afirmou.

"O que me preocupa é um movimento em curso, que é vontade do doutor Gilvan, de mudar o estatuto para transformar o Cruzeiro em um clube com seis presidentes. No início, há uns anos, defendi esse modelo. Mas concluí que essa gestão compartilhada foi um fracasso em Bahia, Vitória e Atlético-PR. Esse negócio de seis presidentes é um absurdo, eu jamais participaria de um negócio desses. Já fui a favor dessa tese, pensava que poderia funcionar. Mas os exemplos que tivemos têm que fazer com que isso não aconteça. Foi com o regime presidencialista que o Cruzeiro se transformou no clube mais vitorioso do Século XX", acrescentou.

O que Gilvan de Pinho propõe, de acordo com Perrella, é semelhante ao regime do América-MG – que conta com nove presidentes eleitos. O Senador da República avalia ainda que é impossível comparar o Cruzeiro ao rival de Belo Horizonte.

"É desejo do doutor Gilvan eleger seis presidentes. Eu acho que isso gera muito ciúmes e discórdia. Eu tenho muita preocupação de tentarem mudar o estatuto e criar essa gestão compartilhada com seis presidentes. O que eu defendo é que continuemos com o regime que estamos para criar um conselho consultivo, com mais seis, sete pessoas para ajudar o presidente. Mas nunca mudar um regime presidencialista e botar seis presidentes. A vaidade vai tomar conta de tudo e vai ser um fracasso total", analisou.

"Se tentarem mudar o estatuto, eu vou me opor a isso. Há muitos conselheiros que pensam como eu. Não podemos brincar com essas coisas. Não podemos pegar o América como um modelo, com todo respeito ao América, até porque o Cruzeiro é um time do mundo. Lá funciona, mas mesmo assim sei que tem briguinhas e ciúmes. É um modelo que não gostaria de ver no Cruzeiro", completou.

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