BRASÍLIA. Uma pesquisa realizada em 27 países indica que o assédio e a violência são percebidos como os maiores problemas enfrentados pela população feminina. Realizado pelo Instituto Ipsos, o estudo ouviu cerca de 20 mil homens e mulheres de países de todos os continentes, incluindo o Brasil.
Aos pesquisadores, os entrevistados precisavam dar até três respostas para a seguinte pergunta: “Quais são os problemas mais importantes enfrentados por mulheres e garotas no seu país?”.
Do total, 32% responderam assédio sexual, seguido de violência sexual (28%), violência física (21%), abuso doméstico (20%) e disparidade salarial (19%).
No âmbito brasileiro, as respostas são semelhantes, mas a violência sexual é a principal apontada (47%), seguida de assédio sexual (38%), violência física (28%), abuso doméstico (19%) e sexualização da mulher na mídia (18%).
Comentada por 17% dos brasileiros, a disparidade salarial foi apontada principalmente na Europa, em países como Suécia (36%), Alemanha (34%), Bélgica (32%), França (32%) e Grã-Bretanha (30%).
Igualdade entre os gêneros. Outra questão feita aos entrevistados é se as medidas tomadas para obter igualdade entre os gêneros são suficientes. Na média global, apenas 45% das pessoas concordaram, enquanto o número foi de 37% entre os entrevistados no Brasil.
A pesquisa demonstrou também haver disparidade entre a percepção do que é o feminismo. Quando os entrevistados foram perguntados se eram feministas, 37% concordaram (na média mundial) e 38% (no Brasil).
Esse número aumentou, contudo, quando a pergunta trazia, entre parênteses, a definição de feminista como “alguém que defende e apoia igualdade de oportunidades para mulheres”, chegando a 57% na média geral e 56% entre os brasileiros. Chamou a atenção na pesquisa o fato de 55% dos brasileiros acharem que as mulheres do país já foram vítimas de violência por um companheiro. Mas, segundo a pesquisa, a estatística é de 31%. O estudo foi realizado entre 26 de janeiro e 9 de fevereiro.
Elas ganham menos e cuidam mais da casa e de familiares
As brasileiras ainda ganham menos e consomem mais tempo do que os homens com os cuidados da casa e de familiares, segundo pesquisa do IBGE divulgada ontem. Elas dedicaram 73% a mais de horas a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos do que homens em 2016. Foram 18,1 horas semanais para as mulheres e 10,5 horas para os homens.
A comparação se agrava no recorte por raça e idade. São 18,6 horas semanais dedicadas por mulheres pretas ou pardas em 2016. Entre as brasileiras acima de 50 anos, a dedicação supera as 19,2 horas.
Reflexo no mercado. Com mais tempo investido nos cuidados da casa e de familiares, é comum as mulheres buscarem jornadas de trabalho mais flexíveis.
Mulheres que necessitam conciliar trabalho remunerado com afazeres domésticos e cuidados, em muitos casos, acabam por trabalhar em ocupações com carga horária reduzida, diz o IBGE. A proporção das que trabalham em período parcial, de até 30 horas, é de 28,2%. Já no grupo dos homens, esse percentual ficou em 14,1% em 2016.
Convocação. Nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, as mulheres são chamadas para cruzar os braços, inclusive, dentro de casa. A iniciativa começou na Espanha, mas deve se refletir em 177 países, incluindo o Brasil.
Descumprir medidas protetivas leva à prisão
O Senado aprovou, ontem, projeto que torna crime o descumprimento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. O texto estabelece pena de detenção de três meses a dois anos para quem desobedecer decisão judicial. A matéria segue para sanção presidencial, pois já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados.
Esse tipo de medida é adotado para proteger mulheres vítimas de algum tipo de violência doméstica ou familiar. As medidas podem ser o afastamento do agressor do lar ou local de convivência, a fixação de limite mínimo de distância em relação à vítima e a suspensão ou restrição ao direito de o agressor portar armas.
Atualmente, a Lei Maria da Penha prevê que a autoridade policial poderá adotar as providências legais previstas em caso de descumprimento das medidas.
O projeto também prevê que o crime de descumprimento de medida protetiva estará configurado independentemente da competência civil ou criminal do juiz que estabeleceu a medida. Além disso, a conduta configurará crime, independentemente de outras sanções que possam ser aplicadas ao agressor.
Homenagem. A nova coleção da boneca Barbie vai homenagear mulheres que quebraram barreiras e se tornaram inspirações. A linha Barbie Mulheres Inspiradoras inclui a artista Frida Kahlo, a primeira aviadora feminina Amelia Earhart, a cientista espacial Katherine Johnson, e a diretora Patty Jenkins, que quebrou recordes com o filme Mulher-Maravilha.
Preocupação. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Mattel, 86% das mães norte-americanas se preocupam com as referências a que suas filhas são expostas, e a linha visa motivá-las com histórias de mulheres que fazem a diferença ao redor do mundo. A Barbie foi criada em 1959.
Fonte: OTempo
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