A promoção da cultura da paz e a superação da violência: com este objetivo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente nesta quarta-feira de cinzas, 14/02, a Campanha da Fraternidade (CF) 2018. O tema oficial é “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). O evento que marca o lançamento iniciou-se às 10 horas, na sede provisória da entidade em Brasília (DF), com presença confirmada do presidente e secretário-geral da CNBB, da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministra Cármen Lúcia e de representantes do Congresso Nacional e da sociedade .
Urgência para o Brasil
Os números alarmantes revelados pelas pesquisas sobre a violência crescente, além da própria sensação de insegurança que vive a população em muitas regiões do país, mostram a necessidade de reflexão do tema. O estudo mais recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traz os dados da violência de 2015, e mostram a necessidade de um maior comprometimento das autoridades políticas e da segurança pública em torno de um pacto contra os homicídios. O próprio relatório afirma que é preciso substituir o discurso vazio e de ações midiáticas que nada resolvem, por ações de coordenação, planejamento e gestão.
O Atlas da Violência 2017, produzido pelo Ipea, indica a necessidade de aprimorar o controle do uso de armas no país, além de revelar o perfil da maior parte das vítimas da violência: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade. No entanto, também é alarmante o número de vítimas de outras categorias, como mulheres: em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. O próprio relatório recorda, no entanto, que este número representa uma pequena ponta do iceberg, já que as mulheres também são vítimas de outras formas de violências (física, psicológica e material) que são motivadas por uma cultura patriarcal e que passam invisíveis aos olhos da sociedade.
Superação da violência
“O esquecimento do mandamento do amor e da ética gestam e despertam violência. Os descaminhos, no entanto, podem ser superados com a volta às origens, com a reconciliação e a misericórdia. Somos chamados à superação da violência, pois somos filhos e filhas de Deus”, afirma o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
“A superação da violência, condição para uma sociedade e cultura da paz, exige comprometimento e ações envolvendo a sociedade civil organizada, a Igreja e os poderes constituídos para a formulação de políticas públicas emancipatórias que assegurem a vida e o direito das pessoas em uma sociedade e cultura de Paz”, diz o secretário executivo de CF, padre Luís Fernando da Silva.
CNBB
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