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Aplicativo vai emitir alertas de tempestades em Minas Gerais

O cidadão conseguirá visualizar, em caso de tragédias, informações de campanhas de arrecadação e distribuição de ítens para regiões afetadas por desastres

02/02/2018 às 09h29 Atualizada em 02/02/2018 às 09h34
Por: Redação
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Barragem da Samarco que se rompeu em Mariana - Foto: Alex de Jesus
Barragem da Samarco que se rompeu em Mariana - Foto: Alex de Jesus

Um aplicativo de celular lançado nesta quinta-feira (1) pelo governo do Estado irá emitir alertas de tempestades, deslizamentos de terra e rompimento de barragens aos mineiros. Os avisos meteorológicos serão enviados por equipes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG).

Além das notificações, o cidadão conseguirá visualizar, em caso de tragédias, informações de campanhas de arrecadação e distribuição de ítens para regiões afetadas por desastres. A cerimônia de lançamento aconteceu durante a entrega da Medalha de Mérito da Defesa Civil.

O aplicativo já está disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android com o nome Sipdec-MG (Sistema Integrado de Proteção e Defesa Civil de Minas Gerais). É necessário que o usuário se cadastre, apontando qual a sua localidade mais próxima.

Segundo o Coronel Fernando Arantes, coordenador estadual da Defesa Civil, aplicativo vem para minimizar boatos nas redes sociais. “A grande motivação desse aplicativo é para que a gente possa dar credibilidade nas informações. Hoje somos vítimas de notícias falsas que, muitas das vezes, geram um determinado pânico”, afirmou.

Os avisos meteorológicos e os alertas serão enviados pelas equipes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, que monitoram diariamente as situações de risco em todas as regiões do Estado. Já as informações de como ajudar, locais de entrega de donativos e campanhas de mobilização serão disponibilizadas pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas).

O aplicativo foi desenvolvido pela Polícia Militar com o apoio da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge).

O aplicativo, contudo, vai começar com os avisos meteorológicos, mas depende da iniciativa privada para que os alertas de rompimento das barragens aconteça. “Nesse primeiro momento, nós estamos concentrando as informações de avisos meteorológicos. Aos poucos vamos potencializando essa rede. Vamos ter um seminário no final do mês e vamos chamar as empresas, as mineradoras, todos os segmentos que têm interesse na difusão rápida de informação”, afirmou.

De acordo com o último levantamento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), disponibilizado em 2016, Minas Gerais tem 738 barragens cadastradas. Delas, 15 não apresentavam estabilidade até a conclusão do relatório e outras 21 ainda não haviam concluído o relatório de estabilidade por falta de dados ou documentos técnicos.

Questionado sobre a possível falta de internet em determinadas regiões do Estado, principalmente rurais, o que poderia dificultar a chegada do aplicativo, o coronel afirmou que outras plataformas podem ajudar. “Já temos as mensagens via SMS, os municípios já têm estratégias junto ao WhatsApp e outras redes sociais. É para ter essa cobertura. Em caso de falta de internet, vai por SMS, por telefone. O importante é comunicar com a veracidade que a população precisa”, explicou.

Heróis de Janaúba são homenageados

Durante o evento de entrega da Medalha de Mérito da Defesa Civil, no Palácio da Liberdade, região Centro-Sul da capital, 77 personalidades e instituições foram homenageadas, dentre elas 15 militares e civis que ajudaram nos trabalhos de resgate e socorro médico na tragédia de Janaúba, no Norte de Minas, ocorrida em outubro do ano passado. Um homem ateou fogo em uma creche da cidade, matando 14 pessoas.

O pedreiro Elton Batista de Oliveira, 51, trabalhava em uma obra ao lado da creche no dia do ocorrido. Ele trabalharia apenas até 12h, já que a data era a do seu aniversário. Para ele, cidade acabou e homenagem seria dispensável. “Gosto nem de lembrar. Se não é a professora, morria tudo e nós não víamos. Eu pegava cinco ou seis meninos e jogava para fora, igual joga uma pedra. Eu não queria isso de homenagem porque morreu os meninos. Acabou Janaúba. Esse povo só fala disso”, afirmou.

Maria Solange Ferreira Silva foi receber a medalha em homenagem a filha, a professora Jéssica Morgana, que morreu na tragédia. “Homenagem triste, mas muito bonita. Uma guerreira e heroína. A saudade a cada dia aumenta mais. É difícil, mas a gente tem que tocar o barco. É muito dolorido, a tristeza continua. Minha filha se dedicava muito, amava o que fazia, tanto que ela deu a própria vida para salvar as crianças”, disse. 

Para o coronel Fernando Arantes, tragédia de Janaúba mostra que desastres não são apenas naturais. “Janaúba foi a caracterização de um evento provocado pela tragédia humana. Gerou uma grande comoção social e necessita de informações de todos os setores do Estado. Fizemos a homenagem para deixar claro que desastres não são provocados só por ações naturais, mas também por ações humanas”, afirmou.

Por Mariana Nogueira - OTempo

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